Nos últimos anos, a pauta da saúde mental ganhou centralidade no debate sobre saúde e segurança no trabalho (SST). Fatores como estresse, assédio moral, sobrecarga de tarefas e precarização das condições de trabalho evidenciam a importância de lidar com os riscos psicossociais de forma estruturada e sistêmica.
Nesse contexto, a Norma Regulamentadora nº 1 (NR 1) estabeleceu de maneira clara a obrigatoriedade de identificar, avaliar e gerenciar os riscos ocupacionais — incluindo os psicossociais.
A NR 1 como marco normativo
A NR 1 não apenas introduz o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), mas também conecta diretamente o processo ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que deve conter:
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Inventário de Riscos;
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Plano de Ação.
Citando nominalmente o termo “riscos psicossociais”, o texto normativo não deixa margem de dúvida: trata-se de um risco ocupacional e, portanto, precisa ser contemplado no inventário e no plano de ação. Isso abre um novo campo de responsabilidade para empresas, consultorias e profissionais de SST.
A necessidade da avaliação de riscos psicossociais
Enquanto riscos físicos, químicos e biológicos já contam com metodologias bem consolidadas de identificação e mensuração, os riscos psicossociais ainda carecem de maiores conhecimentos sobre práticas sistemáticas e padronizadas no Brasil.
A ausência de ampla gama de instrumentos nacionais validados fez com que fosse necessário recorrer a experiências internacionais, como o COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire), amplamente utilizado em países da Europa e América Latina.
Essa realidade coloca as empresas diante de um desafio: como profissionais que têm maior relação com a NR 1 comumente ligados à área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), efetuarão a avaliação e gerenciamento de riscos psicossociais,
A resposta passa pela adoção de metodologias reconhecidas e adaptadas ao contexto brasileiro, garantindo confiabilidade técnica, simplicidade na aplicação e efetiva contribuição à saúde mental no trabalho.
Compliance e oportunidade estratégica
Cumprir a NR 1 vai além da obrigação legal. Trata-se de um imperativo de compliance e governança corporativa. Organizações que incorporam a avaliação de riscos psicossociais demonstram:
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Compromisso com a legislação;
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Redução de passivos trabalhistas e jurídicos;
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Prevenção de condições que impactam produtividade, absenteísmo e rotatividade;
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Promoção de ambientes de trabalho mais saudáveis e éticos.
Portanto, a adequação não deve ser vista apenas como custo, mas como investimento estratégico, alinhado às melhores práticas internacionais de ESG (Environmental, Social and Governance).
Da teoria à prática
A grande questão para empresas é transformar conhecimento em prática. Cursos, palestras e webinários disseminam conceitos sobre saúde mental e riscos psicossociais, mas a efetividade depende de ferramentas acessíveis, simples e aplicáveis em larga escala. Soluções digitais, como softwares que automatizam etapas do processo, garantem:
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Rapidez na aplicação de questionários e análise de dados;
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Confidencialidade e anonimato para os trabalhadores;
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Relatórios prontos para integrar ao PGR;
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Planos de ação automáticos sugeridos por algoritmos e inteligência artificial.