A gestão eficaz da segurança e saúde no trabalho requer clareza sobre os conceitos de Fator de Risco, Risco e Dano. Esses pressupostos aplicam-se a todos os tipos de perigos, incluindo os psicossociais.

 

  1. Fator de Risco (ou Perigo)

O Fator de Risco é a origem do potencial de dano, representando a propriedade intrínseca de um aspecto do trabalho que pode provocar uma consequência negativa. No contexto psicossocial, o fator de risco é entendido como aqueles aspectos da concepção, gestão do trabalho e seus contextos sociais/organizacionais que têm o potencial de causar dano psicológico ou físico. Exemplos concretos incluem sobrecarga de trabalho ou de responsabilidades, ritmo de trabalho intenso ou trabalho repetitivo monótono, liderança agressiva e desrespeitadora ou falta de apoio das chefias, assédio, insultos ou agressões verbais de natureza sexual, desigualdade salarial ou desclassificação profissional e dificuldade de conciliação entre a vida profissional e pessoal.

 

  1. Risco

O Risco simboliza a probabilidade de concretização do dano. É a chance de que o fator de risco presente resulte em uma consequência negativa. Os Riscos Psicossociais do Trabalho representam, portanto, a probabilidade de ocorrerem efeitos negativos para a saúde mental, física e social dos trabalhadores. Exemplos do que pode se manifestar incluem estresse, burnout, assédio moral ou sexual, conflito interpessoal, desgaste cognitivo e emocional.

 

  1. Dano (ou Consequência)

O Dano é a consequência efetiva da concretização do risco. São os efeitos negativos observáveis no trabalhador, nos equipamentos ou na organização. Os danos, que podem ser provocados pela efetivação dos riscos psicossociais, são amplos e ocorrem em diversas esferas.

Na esfera Individual (Saúde), os danos incluem irritação, ansiedade, depressão, distúrbios de sono, problemas cardiovasculares e digestivos, e aumento do consumo de substâncias psicoativas (álcool, tabaco).

Na esfera Comportamental/Laboral, os danos se manifestam como absentismo, presentismo, turnover, falta de envolvimento, baixo desempenho profissional, insegurança contratual e sentimentos de falta de reconhecimento.

Na esfera Organizacional, há a deterioração da imagem da organização, reclamações de clientes/fornecedores, multas regulatórias, diminuição da produção e degradação do clima social de trabalho.

Por fim, na esfera Social/Pessoal, os danos envolvem dificuldades de conciliação entre esferas de vida, desorganização da vida pessoal e familiar e desigualdade de tratamento/oportunidades.

A distinção entre estes três níveis (Fator de Risco, Risco e Dano) é fundamental para que as empresas possam atuar de forma preventiva (eliminando ou controlando os Fatores de Risco) em vez de apenas reagir aos Danos já manifestados.

 

 

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