Avaliação dos riscos psicossociais: o que é necessário depois?

Postado em 06/04/2025
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Recomendamos a leitura das “Orientações Nacionais para o Processo de Avaliação de Riscos Psicossociais”, publicação do Gabinete Psicossocial da Cruz Vermelha Portuguesa (https://www.cruzvermelha.pt/images/pdf/Orienta%C3%A7%C3%B5es_Avalia%C3%A7aoRPS.pdf).

 

Este documento é fundamental, pois enfatiza o objetivo crucial da Avaliação de Riscos Psicossociais: a implementação de estratégias eficazes para mitigar os riscos identificados, garantindo um ambiente de trabalho mais saudável.

 

Na pág. 8 a publicação cita o que denomina de “A trilogia da prevenção”, onde se lê:

“A gestão de riscos psicossociais implica três níveis de prevenção:
Primária: focada no coletivo, visa promover mudança na cultura organizacional.
Secundária: procura mudar a forma como os indivíduos e as organizações respondem às exigências necessárias e inevitáveis do trabalho e da vida organizacional.
Terciária: apoiar e acompanhar o colaborador, ao nível da disponibilização de consultas com psicólogo e/ou médico (importante articulação estreita com as empresas de Segurança e Saúde no Trabalho).”

 

Reproduzo textualmente o que é citado nas pag. 12 e 13 sobre as denominadas “intervenções”:

“Após o exercício de avaliação dos riscos psicossociais, é de extrema relevância passar à fase seguinte: a intervenção – seja pelas expectativas que se foram gerando nos colaboradores à medida que o processo foi evoluindo; seja porque não se deve avaliar por avaliar; seja, ainda, porque, efetivamente, há benefícios diretos na prevenção dos riscos psicossociais.
No plano de intervenção é necessário contemplar ações que visem:
Mudar o trabalho, dando-lhe mais sentido, significado; tornando-o mais claro, promovendo solidariedade entre pares e com melhores líderes.
Eliminar ou modificar as causas de stress através de: reestruturação de ambientes físicos, reorganização/enriquecimento do trabalho; clarificação do papel de cada colaborador, havendo a definição de objetivos para cada um; mas, também, uma gestão participativa e o empowerment dos colaboradores; fazer, em conjunto, o planeamento da carreira, bem como encetando processos de facilitação do fim da carreira; promover ações de teambuilding (1), de promoção do suporte social, da socialização e a flexibilização dos horários de trabalho.
Promover o coping (2), prevenindo e corrigindo respostas de stress pode ser feito através de várias estratégias levadas a efeito por psicólogos, nomeadamente: debate e reestruturação cognitiva; treino de resolução de problemas; gestão do trabalho pessoal; treino de aptidões sociais; gestão de conflitos interpessoais; relaxamento; ou incentivo de uma alimentação saudável.
Recuperar e aliviar os sintomas de stress, por exemplo, através de técnicas implementadas por psicólogos, nomeadamente ao nível do treino de inoculação ao stress; tratamento psicológico ou técnicas de relaxamento, entre outras”.

 

O que significam:

1. “Teambuilding” é um termo em inglês que se refere a um conjunto de atividades e dinâmicas desenvolvidas para fortalecer o trabalho em equipe, melhorar a comunicação e promover a colaboração entre os membros de um grupo. O objetivo principal do teambuilding é criar um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo, onde as pessoas se sintam motivadas e engajadas.
2. “Coping” é um termo da psicologia que se refere ao conjunto de estratégias e esforços cognitivos e comportamentais que as pessoas utilizam para lidar com situações estressantes, desafiadoras ou difíceis. Em outras palavras, é a forma como os indivíduos enfrentam e se adaptam às adversidades da vida.

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Médico Especialista em Otorrinolaringologia. Mentor Intelectual do software SIGOWEB, aplicação na web destinada à Gestão da SST, eSocial, GRO/PGR, Gestão do FAP e atual Diretor de Inovações.

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