A propósito da paternidade dos termos PAIR, PCA e PAIRO …

Postado em 05/03/2025
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Escrevi tres “Coletâneas”, todas publicadas pela Editora LTr. Na primeira, de 2001, na Introdução, abordo os termos “PAIR”, “PAIRO” e “PCA”. Escrevi:
“A propósito dessas siglas, tenho a declarar que sou o “pai” delas!
Geralmente, paternidades são discutíveis. Tenho um amigo que diz ser a maternidade uma certeza, mas a paternidade uma incógnita.
(Nota: Em 2001 escrevi isso, agora não mais o faria! Seguindo:).
Entretanto, penso ser o “pai” da PAIR. Utilizei essa sigla em trabalho denominado “Projeto Ruído” e que recebeu o prêmio SEPACO em 1990. O mesmo trabalho foi publicado na “Revista CIPA” de nº 135, em 1991, pgs 20 a 34. Na página 27 afirmo que (…) ”isso se deve ao fato de que a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) afeta inicialmente as altas frequências …”.
Em relação a PAIR traduzi literalmente a Noise Induced Hearing Loss.
No mesmo trabalho e artigo da Revista CIPA, criei outra sigla: o PCA. Na pg. 31 estabeleço as “Linhas gerais no desenvolvimento de efetivo programa de conservação auditiva (PCA). Traduzi literalmente o “Hearing conservation program”.
Na “natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (Lavoisier). Em relação a PAIR e PCA altero a frase dizendo “tudo se copia ou se traduz”.
Em relação a PAIRO, o termo não foi copiado ou traduzido: foi realmente criação própria. Apareceu pela primeira vez na Revista CIPA nº 189, de 1995, às pgs 112 a 116 no artigo “Comparação entre métodos para avaliação audiométrica sequencial”. Lá dizia que “… se os testes não forem muito bem controlados, a Perda Auditiva Induzida pelo Ruido Ocupacional (PAIRO) continuará a evoluir (…)”.
Terminei a “Introdução” dizendo isso: “Meus filhos já estão crescidos mas a PAIR, ou melhor a PAIRO, continua sendo um problema de difícil solução porque as políticas continuam incorretas e há muitas vezes uma dificuldade para implantar o PCA.
Ao mesmo tempo que faço menção à paternidade da PAIR, PCA e PAIRO, me dou conta de que (a) o tempo passa muito depressa, (b) as “políticas” (melhor seria ter dito processos…) citadas em 1995, há 30 anos, seguem sendo se não incorretas mas ao menos limitadas.
Apreciaria saber quem atualmente faz isso em relação aos exames audiométricos:
1. Tem laudo de adequação da cabina audiométrica conforme a ISO  8253-1, que garante a realização do exame em local cujos níveis de ruído não ultrapassem os máximos permitidos? Isso é exigência da NR 7.
2. Faz as interpretações dos exames audiométricos conforme os parâmetros definidos pela NR 7, para o teste atual e o sequencial?
3. Tem metodologia para avaliação da eficácia do PCA?
4. Faz escolha individual de EPIs, que pode ser realizada pelo 3M™ E-A-Rfit™, que usa uma técnica comprovada conhecida como microfone inserido na orelha real (F-MIRE) para medir o desempenho da proteção auditiva em cada funcionário?
5.  Faz análises de casos que mostram ou desencadeamento ou agravamento de perda auditiva para saber se é uma PAIR ou PAIRO?

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Médico Especialista em Otorrinolaringologia. Mentor Intelectual do software SIGOWEB, aplicação na web destinada à Gestão da SST, eSocial, GRO/PGR, Gestão do FAP e atual Diretor de Inovações.

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